Por muito tempo, os portadores da TEA ou não eram vistos pela sociedade ou então eram julgados e excluídos pela mesma. À medida que vamos entendendo melhor suas causas e as possibilidades de desenvolvimento, é possível trazer à luz as pessoas que já foram tão excluídas.
O primeiro passo para essa mudança é o entendimento de que o Transtorno do Espectro Autista não é uma doença, mas sim um transtorno no desenvolvimento neurológico da criança.
Esta condição pode se manifestar de diferentes maneiras e em diferentes níveis, por isso o diagnóstico é complexo e deve vir acompanhado de tratamentos completos.
Vamos compreender o desenvolvimento do transtorno e como ele pode ser percebido?
O que causa a condição?
Ainda não há uma resposta exata e unânime dentro da comunidade médica para o fato gerador do Autismo. O que se sabe até então é que o surgimento da condição pode se dar tanto por fatores de influência genética como ambientais.
Apesar disso, algumas causas já são dadas como certas, são elas:
- Nascimento prematuro ou com baixo peso;
- Complicações no parto;
- Idade avançada dos pais no momento da concepção;
- Exposição da mãe à toxinas durante a gravidez (drogas, tabaco, poluição, etc.);
- Intervalo entre gravidezes inferior ao período de um ano;
- Uso de ácido valpróico (fármaco antiepiléptico) durante a gestação.
Mais importante do que entender o porquê da condição se manifestar na criança, é compreender os efeitos que ela pode causar em seu desenvolvimento.
Conheça as diferentes classificações do Espectro Autista abaixo.
Como o transtorno pode se manifestar?
Apesar dos sintomas iniciais se manifestarem desde os primeiros meses do bebê, o mais comum é que o diagnóstico completo se dê entre 1 e 3 anos. Isso porque é nesta fase que se notam mais claramente quaisquer dificuldades de adaptação, fala e/ou aprendizado.
É muito importante entender que o transtorno pode aparecer em diferentes níveis e então apresentar diferentes características. O padrão mais comum observado nos pacientes é a dificuldade na comunicação e interação com pares.
Muitas vezes é até possível expressar seus pensamentos, vontades e ideias, mas é mais complicado manter um diálogo.
As variações de padrão são tantas que em 2013 o termo “Transtorno do Espectro Autista” foi oficializado a fim de abranger todos estes possíveis reconhecimentos.
Essa nomenclatura, unida aos diagnósticos de Transtornos Globais de Desenvolvimento, contempla as seguintes possibilidades:
● Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
● Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
● Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
● Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
● Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;
● Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;
● Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;
● Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.
Cada manifestação é diferente e requer cuidados distintos, assim como cada pessoa merece sua própria abordagem. Os cuidados multidisciplinares são essenciais para garantir à criança a possibilidade de desenvolvimento pleno.
Não há cura para o Autismo, mas o tratamento correto e completo pode lhe oferecer experiências enriquecedoras e uma vida mais tranquila.
Com quem você pode contar para cuidar deste assunto?
A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as habilidades.
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