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Como ajudar crianças com TEA a lidar com mudanças na rotina

criança com TEA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades na comunicação social, padrões de comportamento restritos e interesses repetitivos, além de sensibilidade a estímulos sensoriais. Um dos aspectos mais desafiadores para crianças com TEA — e também para suas famílias — é lidar com mudanças na rotina.

Rotinas previsíveis oferecem segurança, organização e previsibilidade para a criança, ajudando-a a se sentir no controle de seu ambiente. Quando ocorre uma alteração inesperada, como mudança de horário, viagens, visitas ou até pequenas alterações em casa ou na escola, a criança pode reagir com ansiedade, irritabilidade, comportamentos repetitivos intensificados ou até crises emocionais.

Entender como apoiar a criança nessas situações é essencial para reduzir o estresse, fortalecer habilidades de adaptação e promover um desenvolvimento emocional saudável.

Por que mudanças na rotina são desafiadoras para crianças com TEA?

A dificuldade em lidar com mudanças está relacionada a alguns fatores neurobiológicos e comportamentais do TEA:

Necessidade de previsibilidade

Crianças com TEA tendem a se sentir mais seguras quando sabem exatamente o que vai acontecer. Rotinas estruturadas permitem que elas antecipem eventos, reduzindo a ansiedade.

Dificuldades na flexibilidade cognitiva

Mudar de uma atividade para outra ou lidar com situações inesperadas exige flexibilidade mental, algo que pode estar comprometido em crianças com TEA.

Sensibilidade sensorial

Alterações no ambiente, novos objetos, pessoas ou sons podem ser percebidos de forma intensa, tornando mudanças aparentemente simples mais estressantes.

Sinais de que a criança está tendo dificuldade com mudanças

Os pais e cuidadores podem identificar sinais de estresse ou desconforto durante alterações na rotina:

  • Aumento de comportamentos repetitivos (balançar, bater palmas, repetir palavras ou frases);
  • Choro, birras ou resistência intensa;
  • Isolamento ou recusa em participar de atividades;
  • Agitação ou agressividade leve, verbal ou física;
  • Alterações no sono, apetite ou atenção.

Reconhecer esses sinais ajuda a intervir de forma precoce e oferecer suporte emocional adequado.

Estratégias para ajudar a criança a lidar com mudanças

1. Antecedência e preparação

Sempre que possível, informe a criança sobre mudanças com antecedência. Explique de forma clara e simples o que vai acontecer, usando linguagem adequada à idade e à compreensão da criança. Por exemplo: “Amanhã vamos à casa da vovó, depois voltamos para casa para brincar.”

2. Uso de recursos visuais

Crianças com TEA geralmente respondem melhor a informações visuais do que apenas verbais. Ferramentas como agendas visuais, cartões, pictogramas e quadros de rotina ajudam a antecipar eventos e reforçar a previsibilidade.

3. Mantendo elementos familiares

Mesmo que a rotina precise ser alterada, manter pequenos elementos familiares pode reduzir a ansiedade. Por exemplo, se a criança vai dormir em outro local, leve brinquedos preferidos, cobertores ou objetos de conforto.

4. Rotina gradual

Quando mudanças são inevitáveis, introduza-as de forma gradual, sempre que possível. Pequenos ajustes sucessivos são menos estressantes do que alterações abruptas.

5. Ensinar habilidades de coping (enfrentamento)

Incentive estratégias que ajudem a criança a lidar com a ansiedade, como respiração profunda, uso de brinquedos sensoriais, fones de ouvido para sons altos ou áreas de descanso seguras.

6. Reforço positivo

Elogiar e reconhecer esforços da criança em lidar com mudanças é essencial. Recompensas simples e atenção positiva ajudam a associar mudanças a experiências positivas, fortalecendo a confiança e a flexibilidade.

7. Preparação para situações novas

Simulações ou ensaios podem ser úteis. Por exemplo, antes de um passeio ou viagem, mostre fotos do local, explique as atividades e crie pequenas histórias sobre a experiência, permitindo que a criança se familiarize com a novidade.

8. Trabalho conjunto com a escola

Professores e profissionais da escola devem ser informados sobre mudanças planejadas, permitindo que ajustem atividades, ofereçam suporte individualizado e preparem a criança com antecedência.

O papel da família

Pais e cuidadores são fundamentais no processo de adaptação da criança. Algumas atitudes ajudam significativamente:

  • Manter a calma e transmitir segurança: crianças percebem a ansiedade dos adultos. A presença tranquila e acolhedora ajuda a reduzir o estresse.
  • Planejar mudanças de forma estruturada: criar passos claros e previsíveis antes de qualquer alteração de rotina.
  • Incentivar a autonomia: permitir que a criança participe da preparação para mudanças, escolhendo objetos, roupas ou atividades, ajuda a aumentar o senso de controle.

Quando buscar ajuda profissional

Embora muitas crianças com TEA se beneficiem de estratégias simples de preparação, algumas podem apresentar crises frequentes, ansiedade intensa ou dificuldades persistentes diante de qualquer alteração. Nesses casos, é importante procurar apoio de profissionais especializados, como:

  • Neuropediatra: para avaliação do desenvolvimento global e identificação de necessidades específicas.
  • Psicólogo: para trabalhar habilidades de enfrentamento, regulação emocional e flexibilidade cognitiva.
  • Fonoaudiólogos: quando a comunicação e compreensão de instruções precisam de suporte adicional.
  • Terapeutas ocupacionais: para estratégias de integração sensorial e manejo de estresse.

A intervenção precoce e o trabalho multidisciplinar aumentam a capacidade da criança de lidar com mudanças e melhoram a qualidade de vida de toda a família.

Mudanças na rotina podem ser desafiadoras para crianças com TEA, mas com planejamento, preparação e estratégias adequadas, é possível minimizar a ansiedade e promover adaptação saudável. O uso de recursos visuais, reforço positivo, preparação gradual e manutenção de elementos familiares são ferramentas eficazes nesse processo.

O papel da família, aliado ao suporte escolar e ao acompanhamento profissional, é essencial para ajudar a criança a se sentir segura, confiante e capaz de lidar com novas situações. Com paciência, consistência e estratégias adequadas, as mudanças podem se tornar oportunidades de aprendizado e desenvolvimento emocional, fortalecendo a autonomia e a resiliência da criança com TEA.

Com quem você pode contar para saber mais sobre este assunto?

A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as suas habilidades.

Agende uma consulta para você ou seu pequeno e esclareça todas as suas dúvidas sobre o assunto!

Dra. Cláudia Pechini

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