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Como lidar com uma criança com TOD em casa: orientações para pais

TOD

O Transtorno Desafiador Opositivo (TOD) é um transtorno do comportamento caracterizado por padrões persistentes de desobediência, hostilidade e atitudes desafiadoras em relação a figuras de autoridade. Crianças com TOD frequentemente discutem, recusam-se a seguir regras, culpam os outros pelos próprios erros e apresentam irritabilidade intensa. Esses comportamentos podem gerar grande desgaste emocional para toda a família e afetar o convívio doméstico, escolar e social.

Embora TOD seja desafiador, é importante lembrar que essas crianças não são “malcriadas” ou intencionalmente problemáticas. O transtorno está relacionado a fatores genéticos, neurológicos e ambientais, e o manejo adequado envolve paciência, consistência e estratégias específicas.

Entendendo o TOD

O TOD costuma ser identificado por volta dos 6 anos, mas sinais podem aparecer antes, especialmente em crianças que apresentam irritabilidade frequente, dificuldades de autocontrole e resistência constante a limites. Entre as características mais comuns estão:

  • Discussões frequentes com adultos e figuras de autoridade;
  • Recusa persistente em cumprir regras ou instruções;
  • Comportamento deliberadamente irritante ou provocador;
  • Tendência a culpar os outros pelos próprios erros ou falhas;
  • Irritabilidade, raiva intensa e frustração fácil.

O TOD pode coexistir com outros transtornos, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ansiedade e dificuldades de aprendizagem, o que torna o acompanhamento profissional ainda mais importante.

Por que a abordagem familiar é essencial

O ambiente familiar desempenha um papel crucial no manejo do TOD. Estratégias adequadas de disciplina, comunicação e suporte emocional podem reduzir a frequência e intensidade dos comportamentos desafiadores, melhorar o relacionamento familiar e ajudar a criança a desenvolver habilidades socioemocionais.

Pais e cuidadores precisam compreender que o comportamento desafiador é um sintoma do transtorno, e não uma questão de falta de educação ou disciplina. Com orientação adequada, é possível criar um ambiente estruturado e seguro, onde a criança aprende a regular emoções e respeitar limites.

Estratégias práticas para lidar com o TOD em casa

1. Estabeleça limites claros e consistentes

Crianças com TOD se beneficiam de regras bem definidas, curtas e específicas. É importante:

  • Comunicar as regras de forma clara, usando frases simples.
  • Ser consistente na aplicação das regras; mudanças frequentes confundem a criança.
  • Garantir que todos os cuidadores sigam as mesmas regras e limites.

2. Reforço positivo

Elogiar comportamentos adequados é mais eficaz do que punir os inadequados. Estratégias incluem:

  • Reconhecer esforços, mesmo pequenos progressos;
  • Usar recompensas simples, como elogios, adesivos ou atividades preferidas;
  • Criar quadros de metas visuais para reforçar conquistas.

3. Escolha suas batalhas

Nem todo comportamento desafiador precisa resultar em confronto. Avalie a importância da situação antes de insistir em cada detalhe. Priorize regras essenciais e evite discussões desnecessárias.

4. Técnicas de autocontrole e regulação emocional

Ensinar a criança a identificar emoções e usar estratégias de autocontrole ajuda a reduzir crises:

  • Respirar profundamente ou contar até 10;
  • Espaços de calmaria seguros, onde a criança pode se acalmar sem punição;
  • Modelar autocontrole; crianças aprendem observando os adultos.

5. Comunicação clara e objetiva

Evite longas explicações ou argumentos complexos. Dê instruções curtas e objetivas, acompanhadas de gestos ou recursos visuais quando necessário.

6. Planejamento de rotina

Rotinas previsíveis ajudam a criança a se sentir segura e reduzir comportamentos desafiadores. Inclua horários regulares para refeições, atividades, estudos e descanso.

7. Evite punições severas ou humilhações

Medidas punitivas intensas ou críticas podem agravar a raiva e aumentar o comportamento opositor. A disciplina deve ser firme, mas respeitosa, com consequências proporcionais e explicadas de forma clara.

8. Trabalhe habilidades sociais e resolução de problemas

Incentive a criança a expressar sentimentos com palavras, compartilhar, esperar sua vez e resolver conflitos de forma adequada. Jogos, histórias e dramatizações podem ser ferramentas úteis.

O papel da intervenção profissional

Embora estratégias familiares façam grande diferença, o acompanhamento profissional é essencial. Profissionais que podem auxiliar incluem:

  • Neuropediatra: avalia o desenvolvimento global, descarta condições neurológicas associadas e orienta sobre manejo do TOD.
  • Psicólogo infantil: trabalha técnicas de controle emocional, habilidades sociais e comportamento.
  • Terapeuta comportamental (ABA): ajuda a reforçar comportamentos positivos e reduzir desafiadores de forma estruturada.
  • Psicopedagogo: apoia questões escolares e dificuldades de aprendizagem que podem coexistir.

Em alguns casos, quando TOD está associado a outros transtornos ou apresenta grande impacto na vida da criança, o uso de medicamentos pode ser considerado, sempre com acompanhamento especializado.

Cuidados com a família

Lidar com TOD pode gerar estresse, ansiedade e frustração nos pais. É importante:

  • Buscar apoio emocional e grupos de orientação para famílias.
  • Praticar autocuidado; cuidar de si mesmo ajuda a manter paciência e consistência.
  • Celebrar pequenas conquistas; mudanças graduais e progressos devem ser valorizados.

Famílias que aprendem estratégias consistentes e se mantêm unidas criam um ambiente seguro e previsível, fundamental para o desenvolvimento da criança.

Cuidar de uma criança com TOD exige paciência, compreensão e estratégias consistentes. Com limites claros, reforço positivo, técnicas de regulação emocional e rotina estruturada, é possível reduzir comportamentos desafiadores e fortalecer o desenvolvimento emocional e social da criança.

O acompanhamento profissional é essencial para orientar a família, implementar intervenções eficazes e apoiar a criança em suas dificuldades e potencialidades. Com atenção, planejamento e apoio adequado, crianças com TOD podem aprender a lidar com seus sentimentos, respeitar limites e desenvolver relacionamentos mais saudáveis dentro de casa e na escola.

Lembrar que TOD é um transtorno, e não uma escolha da criança, ajuda a família a agir com empatia, consistência e confiança no processo de desenvolvimento.

Com quem você pode contar para saber mais sobre este assunto?

A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as suas habilidades.

Agende uma consulta para você ou seu pequeno e esclareça todas as suas dúvidas sobre o assunto!

Dra. Cláudia Pechini

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altas habilidades e superdotação
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