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Crianças superdotadas e questões emocionais: ansiedade, perfeccionismo e frustração

Crianças superdotadas

Quando falamos em crianças superdotadas, muitas vezes a primeira imagem que nos vem à mente é a de um aluno brilhante, com desempenho acadêmico excepcional e facilidade para aprender. No entanto, a realidade das mesmas vai muito além da inteligência acima da média. O desenvolvimento emocional dos superdotados é frequentemente marcado por desafios intensos, especialmente em relação à ansiedade, ao perfeccionismo e à frustração.

Neste artigo, vamos explorar as particularidades emocionais das crianças com altas habilidades/superdotação, entender os fatores que contribuem para essas vivências e, sobretudo, discutir caminhos de apoio que favoreçam o bem-estar integral dessas crianças.

O que significa ser superdotado?

A superdotação é caracterizada por habilidades cognitivas muito acima da média para a idade da criança, podendo se manifestar em diferentes áreas, como raciocínio lógico, criatividade, liderança, linguagem, habilidades acadêmicas ou artísticas. No entanto, o desenvolvimento dessas crianças costuma ser assimétrico, o que significa que o avanço intelectual não é necessariamente acompanhado por uma maturidade emocional equivalente.

Essa discrepância pode gerar sofrimento e dificuldades de adaptação tanto no ambiente escolar quanto nas relações sociais e familiares.

A intensidade emocional ne crianças superdotadas

Crianças superdotadas tendem a apresentar uma intensidade emocional superior à média. Elas vivenciam sentimentos de forma profunda, são mais sensíveis a críticas, injustiças ou contradições, e frequentemente demonstram empatia aguçada. Essa profundidade emocional pode ser uma fortaleza, mas também torna a criança mais vulnerável a emoções como ansiedade, perfeccionismo e frustração.

Ansiedade em crianças superdotadas

A ansiedade é uma das queixas emocionais mais frequentes entre crianças com altas habilidades. Ela pode surgir por diversos motivos:

  • Medo de não corresponder às expectativas dos adultos (pais e professores);
  • Dificuldade em lidar com o ritmo lento das atividades escolares;
  • Hipersensibilidade a estímulos e informações do ambiente;
  • Preocupações existenciais precoces (crianças que, desde muito cedo, questionam temas como morte, sofrimento ou injustiça).

Essa ansiedade pode se manifestar por meio de dores de cabeça, insônia, irritabilidade, crises de choro, comportamentos de evitação ou até sintomas físicos recorrentes sem causa orgânica aparente.

Perfeccionismo: o desejo de fazer tudo “perfeito”.

O perfeccionismo é comum entre crianças superdotadas. Elas costumam ser muito autocríticas, têm padrões elevados de exigência e, muitas vezes, sentem-se inseguras diante da possibilidade de errar. Para as mesmas, um erro simples pode ser vivido como uma grande falha.

Esse tipo de comportamento pode:

  • Impedir que iniciem uma tarefa por medo de não fazê-la perfeitamente;
  • Levar a um desempenho abaixo do potencial por autocobrança excessiva;
  • Estimular a evitação de desafios, como forma de autopreservação.

É fundamental que os adultos ao redor ajudem a criança a entender que errar faz parte do processo de aprendizagem e que o valor pessoal não está condicionado à perfeição.

Frustração: um desafio emocional frequente.

Por aprenderem de forma rápida e intuitiva, crianças superdotadas nem sempre estão preparadas para lidar com obstáculos. Quando finalmente se deparam com situações em que precisam se esforçar mais, é comum que experimentem frustração intensa.

Essa frustração pode aparecer em situações como:

  • Ter que repetir uma atividade que consideram fácil ou desnecessária;
  • Perceber que colegas não acompanham seu raciocínio ou não compreendem seus interesses;
  • Enfrentar dificuldades em habilidades sociais que não dominam tão bem quanto as cognitivas.

O importante é ensinar essas crianças a tolerar a frustração de forma saudável, como parte do crescimento emocional e do amadurecimento.

Como apoiar emocionalmente crianças superdotadas?

1. Valide os sentimentos da criança

Crianças superdotadas sentem muito, e sentem profundamente. Evite minimizar seus sentimentos com frases como “isso é bobagem” ou “não precisa pensar nisso agora”. Em vez disso, ajude a nomear as emoções e ofereça espaço para que elas sejam expressadas com segurança.

2. Estimule a autonomia emocional

Ensine a criança a lidar com erros, a reconhecer limites e a buscar soluções práticas para os desafios, sem dramatização ou medo do fracasso.

3. Foco no processo, não apenas no resultado.

Incentive o prazer pela descoberta, pelo esforço e pela curiosidade — não apenas pelas conquistas. Valorizar o caminho percorrido ajuda a reduzir a pressão por desempenho e evita que a criança associe seu valor pessoal apenas ao sucesso.

4. Promova ambientes estimulantes e respeitosos

A escola e a família devem oferecer atividades desafiadoras, mas adequadas ao nível emocional da criança. Programas de enriquecimento curricular, mentorias e grupos com interesses semelhantes podem favorecer o engajamento e a autoestima.

5. Ofereça suporte psicológico, se necessário.

Crianças superdotadas podem se beneficiar de acompanhamento psicológico, especialmente quando os sentimentos de ansiedade, frustração ou isolamento comprometem o bem-estar. A psicoterapia ajuda a desenvolver habilidades emocionais, autoestima e estratégias de enfrentamento.

A superdotação vai além do desempenho escolar ou do QI elevado. Trata-se de um perfil de desenvolvimento complexo, que envolve não só altas capacidades cognitivas, mas também desafios emocionais singulares. Compreender e acolher as necessidades emocionais das crianças superdotadas é essencial para que elas cresçam de forma equilibrada, felizes e confiantes em seu potencial.

Se você suspeita que seu filho é superdotado e está enfrentando dificuldades emocionais, procure uma avaliação especializada. A identificação precoce e o suporte adequado fazem toda a diferença no desenvolvimento e na qualidade de vida dessas crianças.

Com quem você pode contar para saber mais sobre este assunto?

A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as suas habilidades.

Agende uma consulta para você ou seu pequeno e esclareça todas as suas dúvidas sobre o assunto!

Dra. Cláudia Pechini

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