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Medicamentos para TDAH: mitos, verdades e o papel do neuropediatra

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O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das condições neuropsiquiátricas mais comuns da infância, e também uma das mais debatidas – especialmente quando o assunto envolve o uso de medicamentos. Muitas famílias se sentem inseguras diante da possibilidade de iniciar o tratamento medicamentoso, cercadas por dúvidas, receios e, infelizmente, por uma série de mitos que circulam socialmente.

Neste artigo, vamos esclarecer o que é verdade e o que é mito em relação aos medicamentos para TDAH, discutir como eles funcionam, quando são indicados e qual o papel do neuropediatra nesse processo tão delicado quanto importante.

TDAH: uma condição real e com base neurológica.

Antes de falar sobre medicamentos, é fundamental compreender que o TDAH não é “falta de disciplina”, “preguiça” ou “má educação”. Trata-se de um transtorno neurobiológico, com alterações na regulação de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina, responsáveis por funções como atenção, autocontrole, organização e motivação.

Os sintomas do TDAH costumam se manifestar antes dos 12 anos e envolvem:

  • Dificuldade em manter a atenção em tarefas e atividades;
  • Hiperatividade (agitação motora, fala excessiva);
  • Impulsividade (agir sem pensar, dificuldade em esperar, interrupções frequentes).

O tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar e individualizado, envolvendo acompanhamento médico, intervenções psicopedagógicas, estratégias comportamentais e, em muitos casos, o uso de medicação.

Medicamentos para TDAH: o que são e como funcionam?

Os medicamentos mais usados no tratamento do TDAH são os psicoestimulantes, como o metilfenidato (Ritalina®, Concerta®) e a lisdexanfetamina (Venvanse®), além de não estimulantes, como a atomoxetina (Atentah®), usados em casos específicos.

Esses medicamentos atuam regulando os níveis dos neurotransmissores alterados no cérebro das pessoas com TDAH. O objetivo não é “sedar” ou “controlar” a criança, mas melhorar o funcionamento das áreas cerebrais responsáveis pela atenção, controle de impulsos e planejamento.

Com o uso adequado, é comum observar:

  • Maior capacidade de concentração;
  • Redução da impulsividade e da inquietação;
  • Melhora no rendimento escolar e nas relações interpessoais;
  • Aumento da autoestima e da autoconfiança.

Mitos comuns sobre medicamentos para TDAH

1. “Medicamento é uma forma de dopar a criança para que ela obedeça.”

Falso. O objetivo do tratamento medicamentoso é restaurar o equilíbrio neuroquímico do cérebro, favorecendo o desempenho funcional da criança. A dose correta não “dopa”, mas ajuda a criança a se autorregular e desenvolver habilidades importantes.

2. “Vai causar dependência química.”

Falso. Estudos mostram que, quando prescritos e monitorados adequadamente, os medicamentos para TDAH não causam dependência. Ao contrário: tratar o TDAH pode reduzir o risco de uso problemático de substâncias na adolescência e vida adulta, pois ajuda a prevenir comportamentos impulsivos e de busca por risco.

3. “O medicamento muda a personalidade da criança.”

Falso. O medicamento não muda quem a criança é, mas sim ajuda a reduzir os sintomas que dificultam sua expressão plena. Quando bem ajustado, o tratamento permite que a criança consiga mostrar o melhor de si — e não o contrário.

4. “Toda criança agitada toma remédio.”

Falso. O diagnóstico de TDAH exige uma avaliação criteriosa, que envolve histórico clínico, observação comportamental e o uso de instrumentos diagnósticos. Nem toda criança agitada tem TDAH, e nem todas as crianças com TDAH precisam, necessariamente, de medicação.

Quando os medicamentos são indicados?

O uso de medicamentos deve ser considerado quando os sintomas interferem significativamente na vida da criança, como:

  • Desempenho escolar prejudicado;
  • Problemas de relacionamento com colegas, professores e familiares;
  • Alto nível de sofrimento emocional (baixa autoestima, frustração constante);
  • Falhas persistentes nas estratégias comportamentais e psicopedagógicas isoladas.

Vale destacar que o tratamento medicamentoso não exclui outras abordagens. Pelo contrário: ele costuma ser mais eficaz quando associado a acompanhamento psicológico, intervenções escolares e orientação familiar.

O papel do neuropediatra no tratamento do TDAH

O neuropediatra é o profissional responsável por avaliar, diagnosticar e acompanhar crianças com TDAH, especialmente quando há dúvidas quanto ao diagnóstico ou a presença de comorbidades (como transtornos de aprendizagem, ansiedade, depressão ou TOD).

Seu papel inclui:

  • Realizar uma escuta atenta e acolhedora da família;
  • Avaliar o desenvolvimento neurológico, comportamental e emocional da criança;
  • Identificar a necessidade de exames ou encaminhamentos;
  • Prescrever e ajustar a medicação, quando necessário;
  • Monitorar efeitos colaterais, eficácia e evolução clínica;
  • Orientar pais e professores sobre o funcionamento do TDAH e como oferecer suporte.

O acompanhamento com o neuropediatra é contínuo, e o tratamento pode ser ajustado ao longo do tempo, conforme a fase da vida, o crescimento da criança e as demandas escolares e sociais.

E os efeitos colaterais?

Como todo medicamento, os utilizados no TDAH podem provocar efeitos colaterais em alguns casos, como:

  • Diminuição do apetite;
  • Insônia;
  • Dor de cabeça;
  • Irritabilidade.

Geralmente, esses efeitos são temporários, leves e controláveis com ajuste de dose, mudança de horário ou substituição por outra medicação. A supervisão médica é fundamental para garantir segurança e eficácia ao tratamento.

Os medicamentos para TDAH são uma ferramenta importante no manejo de um transtorno real, com base neurológica e impacto significativo na vida da criança. Quando usados com responsabilidade, acompanhamento especializado e dentro de um plano terapêutico abrangente, os benefícios são amplos e contribuem para o desenvolvimento saudável e equilibrado.

É hora de superarmos o estigma que ainda cerca o uso dessas medicações e focarmos no que realmente importa: oferecer às crianças com TDAH a oportunidade de crescerem com dignidade, confiança e qualidade de vida. Se você suspeita que seu filho possa ter TDAH, procure um neuropediatra. O diagnóstico e o tratamento precoces fazem toda a diferença.

Com quem você pode contar para saber mais sobre este assunto?

A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as suas habilidades.

Agende uma consulta para você ou seu pequeno e esclareça todas as suas dúvidas sobre o assunto!

Dra. Cláudia Pechini

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