Endereço

Endereço

Rua das Orquídeas, 667 - Torre Medical - Sala 304, Indaiatuba - SP​
Ver Mapa

Telefone:

Telefone(s):

(19) 99916-9470
Ligar Agora

E-mail

E-mail

claudia.pechini@gmail.com
Mandar Email

O que é Dislexia? Sintomas, causas e abordagens de tratamento

dislexia

A dislexia é um dos transtornos de aprendizagem mais comuns e, ao mesmo tempo, um dos mais desafiadores para crianças, adolescentes e suas famílias. Caracterizada por uma dificuldade persistente na leitura, escrita e ortografia, mesmo em indivíduos com inteligência dentro ou acima da média, ela não está relacionada à falta de esforço ou de oportunidades educacionais. Trata-se de uma condição de origem neurobiológica que interfere especificamente no processamento da linguagem escrita.

Entender melhor o que é a dislexia, como ela se manifesta e quais estratégias podem ser adotadas para apoiar o desenvolvimento da criança é fundamental para garantir que a mesma tenha acesso ao aprendizado de forma justa e inclusiva.

O que é a dislexia?

A dislexia é definida como um transtorno específico de aprendizagem, de base neurobiológica, que se manifesta principalmente por dificuldades no reconhecimento preciso e/ou fluente de palavras, bem como por dificuldades de decodificação e soletração. Essas dificuldades geralmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem, ou seja, na habilidade de identificar e manipular os sons da fala.

É importante destacar que a dislexia não é causada por preguiça, falta de inteligência ou má vontade da criança. Crianças disléxicas podem apresentar grande criatividade, raciocínio lógico aguçado e habilidades em áreas como artes, esportes ou pensamento espacial.

Sintomas da dislexia

Os sintomas variam de acordo com a idade, mas alguns sinais podem ser observados desde a educação infantil. Quanto mais cedo a identificação acontece, maiores são as chances de oferecer apoio adequado e minimizar impactos emocionais e acadêmicos.

Na pré-escola

  • Atraso na aquisição da fala.
  • Dificuldade em aprender rimas e canções.
  • Problemas em reconhecer letras e associá-las a sons.
  • Vocabulário mais restrito em comparação a outras crianças da mesma idade.

Nos primeiros anos escolares

  • Dificuldade em aprender o alfabeto.
  • Lentidão para aprender a ler.
  • Troca ou omissão de letras ao escrever.
  • Dificuldade em separar palavras em sílabas.
  • Desânimo diante de tarefas que envolvem leitura ou escrita.

No ensino fundamental e médio

  • Leitura lenta e com erros frequentes.
  • Escrita com ortografia inconsistente (uma mesma palavra escrita de várias formas diferentes).
  • Problemas para compreender textos lidos, mesmo quando a compreensão oral é boa.
  • Dificuldade em memorizar listas, sequências ou fórmulas.
  • Baixa autoestima e ansiedade em situações escolares.

Causas da dislexia

A ciência aponta que a dislexia tem origem neurobiológica e genética. Isso significa que alterações em regiões cerebrais responsáveis pelo processamento da linguagem podem comprometer a habilidade de ler e escrever.

  • Fatores genéticos: é comum encontrar histórico familiar de dificuldades semelhantes.
  • Alterações neurofuncionais: estudos de neuroimagem mostram diferenças na ativação de áreas cerebrais ligadas à leitura em pessoas com dislexia.
  • Aspectos ambientais: embora não causem dislexia, fatores como baixa exposição a livros ou atraso no diagnóstico podem agravar as dificuldades.

É importante frisar que a dislexia não está ligada à visão ou audição (apesar de, em alguns casos, crianças também apresentarem alterações sensoriais associadas). Trata-se, essencialmente, de uma dificuldade na forma como o cérebro processa a linguagem escrita.

Impactos da dislexia

A dislexia pode afetar diferentes áreas da vida da criança:

  • Acadêmica: maior esforço para acompanhar colegas, necessidade de mais tempo para ler e compreender conteúdos;
  • Emocional: sentimentos de frustração, vergonha e baixa autoestima, especialmente quando não compreendida pelos adultos;
  • Social: dificuldade em se expor em sala de aula, medo de ler em voz alta, retraimento ou, em alguns casos, comportamento desafiador como forma de mascarar a dificuldade.

Por isso, o diagnóstico e o apoio adequados são fundamentais para evitar que o transtorno comprometa não apenas o desempenho escolar, mas também a saúde emocional e social da criança.

Diagnóstico da dislexia

O diagnóstico da dislexia é clínico e multidisciplinar. Envolve avaliação por neuropediatra, neuropsicólogo, psicopedagogo e, em alguns casos, fonoaudiólogo.

Esse processo inclui:

  • Anamnese detalhada (histórico do desenvolvimento da criança);
  • Avaliação cognitiva e acadêmica;
  • Testes específicos de leitura, escrita e habilidades fonológicas;
  • Exclusão de outras condições que possam justificar as dificuldades (como déficit de visão, audição ou baixa escolarização).

Abordagens de tratamento

Embora não exista “cura” para a dislexia, existem estratégias eficazes que ajudam a criança a desenvolver habilidades de leitura e escrita, além de reduzir o impacto do transtorno em sua vida.

1. Intervenção fonoaudiológica

O trabalho com a consciência fonológica (sons da fala), fluência e compreensão de leitura é essencial.

2. Apoio psicopedagógico

Auxilia na adaptação do processo de ensino-aprendizagem às necessidades individuais da criança, trabalhando de forma prática as dificuldades escolares.

3. Estratégias em sala de aula

  • Permitir tempo extra para atividades que envolvem leitura.
  • Oferecer material de apoio (resumos, textos com letra ampliada).
  • Valorizar o esforço, e não apenas o resultado.

4. Apoio emocional

Psicoterapia pode ser indicada para lidar com sentimentos de frustração e fortalecer a autoestima da criança.

5. Envolvimento da família

Pais informados e engajados fazem a diferença. Ler junto com a criança, oferecer apoio sem críticas e manter diálogo com a escola são atitudes fundamentais.

A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem que exige compreensão, paciência e estratégias adequadas. Identificar os sinais precocemente permite oferecer à criança um caminho de aprendizado mais justo, evitando que as dificuldades impactem sua autoestima e seu desenvolvimento.

Com o acompanhamento de profissionais especializados, apoio familiar e adaptações escolares, crianças com dislexia podem desenvolver plenamente seu potencial e alcançar sucesso acadêmico e pessoal.

Com quem você pode contar para saber mais sobre este assunto?

A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as suas habilidades.

Agende uma consulta para você ou seu pequeno e esclareça todas as suas dúvidas sobre o assunto!

Dra. Cláudia Pechini

Rua das Orquídeas, 667 – Torre Medical – Sala 304

Indaiatuba – SP

Categorias
autismo leve ou tdah - criança deitada com olhar distante
Neurologia

Autismo leve x TDAH – entenda a razão de as pessoas confundirem os dois quadros

Compreender as diferenças básicas entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é essencial para uma interação mais respeitosa e compreensiva com as pessoas diagnosticadas dentro destes casos. Ainda que apresentem características em comum, as condições têm manifestações distintas.

Leia mais »
estímulo infantil
Neurologia

Desenvolvimento infantil e a importância do estímulo precoce

A infância é uma fase crucial no desenvolvimento humano, moldando as bases para o futuro de uma criança. Durante os primeiros anos de vida, o cérebro passa por um período de crescimento e desenvolvimento acelerado, tornando-o altamente receptivo à influência do ambiente ao seu redor.

Leia mais »