O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno neurobiológico que desperta dúvidas na população. Se trata de um diagnóstico que pode afetar a longo prazo o desenvolvimento social, cognitivo e comportamental de crianças e adolescentes, podendo ou não se prolongar até a vida adulta e afetar a vida em diferentes âmbitos.
O ideal é acompanhar as etapas de progresso nas habilidades, principalmente em fase escolar, a fim de identificar precocemente qualquer sintoma do transtorno e agir de maneira multidisciplinar.
Muitas dúvidas ainda cercam o TDAH e as pessoas dentro do quadro. No artigo abaixo vamos responder às principais perguntas sobre o assunto.
Acompanhe a leitura!
Adultos também podem apresentar TDAH?
Sim! Atualmente, com mais possibilidades de entendimento e diagnóstico, muitas pessoas adultas têm descoberto o quadro de TDAH. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), somente no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas apresentam o transtorno, enquanto que no mundo, aproximadamente 5% a 8% da população tem a manifestação.
Alguns sintomas passam a ser percebidos em ambientes de trabalho e outros meios de socialização, o que leva as pessoas a procurarem um diagnóstico mais preciso.
O tratamento de TDAH é feito com medicamentos?
Ainda que não seja uma regra, muitos pacientes (principalmente quando diagnosticados ainda na infância) recebem a abordagem medicamentosa. Isso atua na diminuição de sintomas específicos, como os problemas de atenção, concentração e também os padrões de sono, que podem ser irregulares muitas
vezes.
Nem todo quadro terá a indicação para o uso de remédios. Muitas vezes, a abordagem multidisciplinar e em parceria do médico, escola e núcleo familiar pode ser muito eficiente no acompanhamento do paciente.
Um dos principais motivos para essa decisão é a qualidade de vida que a pessoa tem, considerando as consequências dos sintomas do transtorno.
TDAH e Espectro Autista estão sempre em um mesmo diagnóstico?
Não há nenhuma comprovação de que os dois quadros estão diretamente ligados. Porém, há sim uma grande ocorrência dos dois transtornos sendo identificados em uma mesma pessoa. Cerca de 50 a 60% das crianças e adolescentes com TDAH têm outras condições associadas, inclusive o TEA.
Ainda, acontece a confusão entre os dois quadros porque é bem comum que pacientes de TEA apresentem agitação, inquietação, impaciência e hiperatividade, que são também os principais sintomas do TDAH.
Inclusive, o diagnóstico de um dos quadros pode ser dificultado por essas semelhanças.
De maneira geral, estes dois transtornos podem se manifestar de diferentes formas:
- Quadro de TEA sem TDAH
- Quadro de TEA com TDAH
- TDAH associado ao TEA
- TDAH “isolado”
A fim de padronizar, facilitar e também deixá-los mais certeiros, os diagnósticos devem ser feitos com o apoio do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM).
Como o TDAH atua no cérebro?
Nestes quadros, a pessoa com TDAH apresenta um funcionamento diferente em seu cérebro. As sinapses (conexões entre os neurônios) são menos efetivas do que o padrão, o que causa respostas inadequadas em algumas situações.
Isso pode ser percebido nas funções executivas, ou seja, a capacidade de responder adequadamente a certos estímulos. Alguns exemplos são o tempo de resposta adequado nas falas, paciência para esperar, impulsividade, pouca capacidade de atenção.
Os sintomas de TDAH vão se atenuando com o passar dos anos?
Na grande maioria dos casos, os sintomas vão sim diminuindo com o tempo, principalmente a hiperatividade. Quando o diagnóstico é feito logo na infância ou na adolescência, o adulto costuma apresentar somente os “resquícios” de desatenção.
É possível ainda que ele construa com o passar dos anos, alguns padrões de organização que vão facilitar suas rotinas e evitar os chamados “gatilhos” – acontecimentos que afetam seu controle. Entendendo suas necessidades e limites causados pelo transtorno é possível levar uma vida saudável.
Isso confirma mais uma vez a importância de levar crianças e adolescentes à visitas médicas frequentes, principalmente quando alguns pontos de atraso no desenvolvimento forem percebidos.
Quanto antes o quadro de TDAH é diagnosticado, melhores são os resultados das abordagens de tratamento.
Com quem você pode contar para saber mais sobre este assunto?
A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as suas habilidades.
Agende uma consulta para você ou seu pequeno e esclareça todas as suas dúvidas sobre o assunto!