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TEA e crises sensoriais: como prevenir e manejar?

TEA crise sensorial

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta a forma como uma pessoa percebe e interage com o mundo ao seu redor. Entre os desafios mais comuns enfrentados por crianças autistas estão as crises sensoriais, episódios em que a sobrecarga de estímulos leva a reações intensas, como choro, gritos, agitação ou isolamento.

Essas crises podem ser desencadeadas por barulhos altos, luzes intensas, toques inesperados, odores fortes ou mudanças na rotina. Para pais, educadores e cuidadores, entender como prevenir e manejar esses momentos é essencial para garantir o bem-estar da criança.

Neste artigo, exploramos as causas das crises sensoriais, estratégias para preveni-las e formas eficazes de ajudar a criança quando elas ocorrem.

O que são crises sensoriais no TEA?

As crises sensoriais ocorrem quando o cérebro da criança autista recebe mais estímulos do que consegue processar, resultando em uma sobrecarga sensorial. Essa sobrecarga pode provocar dois tipos principais de reação:

Hiperreatividade sensorial: quando a criança percebe os estímulos como excessivamente intensos, sentindo-se incomodada com sons, luzes, texturas e cheiros que outras pessoas toleram normalmente;

Hiporeatividade sensorial: quando a criança busca estímulos intensos para se sentir confortável, como balançar o corpo, girar objetos ou fazer sons repetitivos.

A crise sensorial não é uma birra, mas sim uma resposta involuntária do sistema nervoso diante de uma sobrecarga.

Quais são os principais gatilhos das crises sensoriais no TEA?

Cada criança tem um perfil sensorial único, mas alguns dos gatilhos mais comuns incluem:

✔ Ambientes barulhentos (como shoppings, festas, escolas com muitos alunos);

✔ Luzes fortes ou piscantes;

✔ Toques inesperados ou roupas com texturas desconfortáveis;

✔ Cheiros fortes de perfumes, produtos de limpeza ou alimentos;

✔ Mudanças inesperadas na rotina;

✔ Contato visual intenso;

✔ Sensação de fome, sede ou cansaço extremo.

Identificar quais estímulos causam desconforto à criança é o primeiro passo para prevenir crises.

Como prevenir crises sensoriais?

1. Conheça o perfil sensorial da criança

Cada criança com TEA reage de maneira diferente aos estímulos do ambiente. Observar e registrar quais situações causam maior desconforto pode ajudar a evitar crises futuras.

Dicas práticas:

  • Faça uma lista dos gatilhos sensoriais do seu filho;
  • Converse com professores e cuidadores para entender quais estímulos o incomodam na escola ou em outros ambientes;
  • Crie um “diário sensorial” para anotar padrões e possíveis estratégias de prevenção.

2. Adapte o ambiente

Reduzir a exposição a estímulos excessivos pode evitar crises sensoriais. Algumas adaptações incluem:

  • Criar um cantinho tranquilo em casa e na escola, onde a criança possa relaxar quando sentir necessidade;
  • Reduzir o volume de sons em casa, desligando aparelhos quando não estiverem em uso;
  • Utilizar óculos escuros ou protetores auriculares em locais muito iluminados ou barulhentos;
  • Optar por roupas confortáveis, sem etiquetas ou tecidos ásperos, caso a criança tenha sensibilidade ao toque.

3. Estabeleça e siga uma rotina estruturada

Crianças autistas lidam melhor com ambientes previsíveis. Mudanças repentinas podem ser extremamente desconfortáveis, aumentando o risco de crises sensoriais.

Dicas para uma rotina estruturada:

  • Utilize agendas visuais com imagens ou pictogramas para mostrar as atividades do dia;
  • Avise com antecedência sobre qualquer alteração na rotina;
  • Use contagem regressiva ou temporizadores para preparar a criança para mudanças.

4. Ensine estratégias de autorregulação

Ensinar a criança a reconhecer os sinais de sobrecarga sensorial e adotar estratégias para se acalmar pode evitar crises intensas.

Algumas técnicas incluem:

  • Respiração profunda guiada (ajudar a criança a inspirar pelo nariz e expirar pela boca);
  • Brinquedos sensoriais (bolinhas de stress, massinhas, cubos antiestresse);
  • Movimentos repetitivos (como balanço suave ou apertar almofadas);
  • Uso de fones de ouvido com músicas calmas.

Essas estratégias podem ser ensinadas de forma lúdica para que a criança saiba quando utilizá-las.

O que fazer durante uma crise sensorial?

Mesmo com estratégias preventivas, as crises podem ocorrer. O mais importante nesses momentos é manter a calma e agir de forma acolhedora.

1. Evite confrontos e punições

A crise sensorial não é um comportamento proposital. A criança está em sofrimento e precisa de apoio. Gritar, dar broncas ou forçar contato visual pode piorar a situação.

2. Leve a criança para um ambiente mais tranquilo

Se possível, tire-a do local que está gerando a sobrecarga sensorial e leve-a para um espaço mais calmo e silencioso.

  • Se estiver em um shopping ou escola, procure um local menos movimentado.
  • Em casa, direcione-a para um ambiente onde ela se sinta segura.

3. Use estratégias de acalmamento

Cada criança pode ter uma forma preferida de se acalmar. Algumas técnicas incluem:

✔ Permitir que ela utilize objetos de conforto (como um cobertor favorito ou brinquedo);

✔ Falar com tom de voz suave e poucas palavras;

✔ Aplicar pressão profunda nos ombros ou braços (se a criança gostar de toques);

✔ Colocar música relaxante ou permitir que ela use fones de ouvido com cancelamento de ruído.

O ideal é testar diferentes abordagens e descobrir o que funciona melhor para o seu filho.

4. Dê tempo para a criança se recuperar

Após uma crise sensorial, a criança pode ficar exausta. 

  • Evite insistir em conversas ou exigir que ela volte imediatamente às atividades.
  • Ofereça água e permita que ela descanse.
  • Dê um tempo para que ela se reorganize antes de retomar a rotina.

Depois que estiver mais calma, converse sobre o que aconteceu e ajude-a a encontrar estratégias para lidar melhor no futuro. Crises sensoriais são experiências intensas e desgastantes para crianças autistas, mas podem ser prevenidas e manejadas com empatia e estratégias adequadas.

Ao conhecer os gatilhos sensoriais do seu filho, adaptar o ambiente e ensinar formas de autorregulação, você contribui para que ele se sinta mais seguro e compreendido. Além disso, durante as crises, manter a calma e oferecer apoio são atitudes essenciais para ajudá-lo a superar esses momentos difíceis.

Com informação e acolhimento, é possível criar um ambiente mais acessível e respeitoso para crianças com TEA, permitindo que elas desenvolvam seu potencial e vivam com mais conforto e tranquilidade.

Com quem você pode contar para saber mais sobre este assunto?

A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as suas habilidades.

Agende uma consulta para você ou seu pequeno e esclareça todas as suas dúvidas sobre o assunto!

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