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TEA e TDAH: como lidar com diagnósticos duplos?

tdah e tea

Receber o diagnóstico de uma condição neurológica na infância já é, por si só, um processo desafiador para muitas famílias. Quando o diagnóstico é duplo, quando a criança apresenta simultaneamente Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), as dúvidas, os medos e as incertezas tendem a se intensificar. Afinal, como lidar com características tão distintas (e por vezes sobrepostas) que afetam o comportamento, o aprendizado, as emoções e a socialização?

Neste artigo, vamos abordar o que significa ter um diagnóstico duplo de TEA e TDAH, por que essa combinação é mais comum do que se imagina, quais os sinais que podem sugerir essa condição e, principalmente, como as famílias e profissionais podem oferecer suporte adequado para o desenvolvimento da criança.

O que é o diagnóstico duplo de TEA e TDAH?

O TEA e o TDAH são transtornos do neurodesenvolvimento com características próprias, mas que podem coexistir em uma mesma criança. Estudos indicam que cerca de 30% a 50% das crianças com autismo também apresentam sintomas de TDAH. Da mesma forma, algumas crianças diagnosticadas inicialmente com TDAH acabam tendo, com o tempo, sinais compatíveis com TEA.

Essa sobreposição pode ocorrer porque ambos os transtornos envolvem alterações no funcionamento cerebral, especialmente em áreas relacionadas à regulação da atenção, do comportamento, da linguagem e das interações sociais.

Características do TEA e do TDAH

Para compreender o diagnóstico duplo, é fundamental conhecer as características de cada condição:

TEA (Transtorno do Espectro Autista):

  • Dificuldades na comunicação verbal e não verbal;
  • Déficits na interação social;
  • Comportamentos repetitivos ou interesses restritos;
  • Resistência a mudanças na rotina;
  • Alterações sensoriais (hiper ou hipo-reatividade a sons, cheiros, luzes, texturas).

TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade):

  • Desatenção (dificuldade em manter o foco, esquecer tarefas, cometer erros por descuido);
  • Hiperatividade (falar demais, inquietude motora, dificuldade em permanecer sentado);
  • Impulsividade (agir sem pensar, interromper os outros, dificuldade em esperar a vez).

Quando os dois transtornos ocorrem juntos, é comum que a criança apresente uma combinação de sintomas que se somam e, às vezes, se confundem. Isso pode dificultar o diagnóstico e exigir uma avaliação clínica cuidadosa.

Desafios do diagnóstico duplo

1. Diagnóstico mais complexo

O diagnóstico de TEA ou TDAH já exige uma análise detalhada de comportamentos, histórico do desenvolvimento, observações clínicas e, em muitos casos, avaliações multidisciplinares. Quando há suspeita de ambos, o desafio aumenta, pois alguns sintomas podem se sobrepor, por exemplo, dificuldade em manter o foco pode ser tanto característica do TDAH quanto uma consequência das dificuldades sensoriais ou sociais do TEA.

2. Intervenções mais individualizadas

Cada criança com diagnóstico duplo tem um perfil único. Por isso, o tratamento precisa ser altamente personalizado, combinando abordagens terapêuticas que contemplem tanto os aspectos do TDAH quanto os do autismo.

3. Impactos emocionais e sociais

Crianças com TEA e TDAH podem ter maior dificuldade em fazer amigos, seguir regras sociais, controlar impulsos e manter o rendimento escolar. Isso pode levar à frustração, isolamento e baixa autoestima, se não houver suporte adequado.

Como lidar com o diagnóstico duplo?

1. Conte com uma equipe multidisciplinar

O acompanhamento ideal envolve diferentes profissionais: neuropediatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicopedagogo e educadores. Juntos, eles podem desenvolver um plano de intervenção ajustado às necessidades da criança.

2. Invista em estratégias de apoio na escola

As crianças com TEA e TDAH podem se beneficiar de adaptações pedagógicas, como:

  • Redução de estímulos visuais e auditivos em sala de aula;
  • Instruções claras e objetivas;
  • Atividades mais curtas e pausas frequentes;
  • Apoio de mediadores escolares, se necessário.

A parceria entre família e escola é essencial para o sucesso acadêmico e emocional da criança.

3. Considere a medicação, se indicada

Em alguns casos, especialmente quando os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade são intensos e interferem no cotidiano, o uso de medicamentos pode ser recomendado pelo médico. O tratamento medicamentoso deve ser sempre individualizado e acompanhado com cuidado, especialmente em crianças com TEA, que podem ter maior sensibilidade a efeitos colaterais.

4. Trabalhe as habilidades sociais e emocionais

Programas de treinamento em habilidades sociais ajudam a criança a desenvolver empatia, reconhecer emoções, lidar com frustrações e melhorar a interação com colegas e familiares. Esses programas são ainda mais valiosos quando há diagnóstico duplo, pois atuam nas dificuldades centrais dos dois transtornos.

5. Ofereça um ambiente estruturado e previsível

Crianças com TEA e TDAH se beneficiam de uma rotina organizada, com horários definidos, regras claras e previsibilidade. O uso de agendas visuais, lembretes e recompensas pode ajudar no manejo do comportamento e no desenvolvimento da autonomia.

O papel da família

A família é o principal pilar no desenvolvimento da criança com TEA e TDAH. Cuidar de uma criança com diagnóstico duplo pode ser cansativo e, por vezes, emocionalmente exigente. Por isso, é importante que os pais:

  • Busquem informações confiáveis sobre os transtornos;
  • Participem das intervenções sempre que possível;
  • Cuidem da própria saúde emocional, buscando apoio psicológico, se necessário;
  • Reconheçam e valorizem os progressos da criança, mesmo que pequenos.

Com paciência, apoio e estratégias consistentes, é possível oferecer à criança uma base sólida para que ela desenvolva todo o seu potencial.

O diagnóstico duplo de TEA e TDAH pode gerar apreensão no início, mas também abre espaço para intervenções mais completas e eficazes. Quanto mais cedo for identificado, melhor será o prognóstico. A chave está em entender as particularidades da criança, oferecer acolhimento e promover um ambiente que respeite suas necessidades e potencialidades.

Com o acompanhamento certo e o envolvimento da família, da escola e de profissionais especializados, a criança pode alcançar um desenvolvimento mais pleno, equilibrado e feliz.

Com quem você pode contar para saber mais sobre este assunto?

A Dra. Cláudia Pechini é Neurologista Infantil e possui Título de Especialista em Neurologia Infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). São anos de experiência nos cuidados com crianças e adolescentes a fim de garantir o pleno desenvolvimento de todas as suas habilidades.

Agende uma consulta para você ou seu pequeno e esclareça todas as suas dúvidas sobre o assunto!

Dra. Cláudia Pechini

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